Compartilhe:
A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS PARA CRIANÇAS COM T21 (SÍNDROME DE DOWN)
Trissomia do 21, T21 ou Síndrome de Down são os nomes que se dá a condição genética causada por um erro da divisão celular durante a concepção. Ao invés de um par de cromossomos 21 nas células do corpo, o indivíduo recebe três cromossomos, formando uma trissomia, que irá resultar no total de 47 cromossomos em suas células ao invés de 46, como é encontrado na maior parte da população. A cada 700 nascimentos, uma criança nasce com Trissomia 21, é, portanto, a síndrome genética mais comum.
A T21 foi descrita em 1866, pelo médico inglês John Langdon Down, daí surgiu o nome, como uma forma de homenagem ao Dr. John. Porém, ao longo dos anos, o termo foi usado, muitas vezes, de forma preconceituosa, o que levou a movimentos de reformulação da nomenclatura. Hoje, “Down” é considerado pejorativo, sendo mais adequada a utilização dos nomes T21 ou Trissomia 21.
A condição genética da Trissomia 21 está associada a feições faciais características, deficiência mental leve a moderada e atraso no desenvolvimento infantil. A síndrome pode ser diagnosticada ainda na gestação, mas é preciso a confirmação após o nascimento com o exame de cariótipo (estudo do cromossomo). Com isso, se inicia um processo para que a criança com T21 possa se desenvolver da melhor forma possível. É nada melhor do que as brincadeiras e atividades lúdicas para auxiliar neste trabalho.
POR QUE AS BRINCADEIRAS SÃO IMPORTANTES?
Brincar faz parte da infância. A brincadeira é o caminho pelo qual os pequenos irão aprender, refletir, desenvolver habilidades físicas, culturais, afetivas, sociais, emocionais e cognitivas, além de estimular a criatividade e a imaginação. A atividade recreativa é ainda o momento de diversão da criança, em que ela tem a oportunidade de experimentar diversas sensações e descobrir o que gosta e o que não gosta. Para crianças com Trissomia 21, o universo lúdico tem um valor a mais.
A síndrome do T21 acarreta em uma capacidade de desenvolvimento mais baixa, em relação a indivíduos que não têm a trissomia. No entanto, isso não é uma sentença, apenas uma condição. Contudo, a criança com T21 precisará ter seus sentidos estimulados desde muito cedo, e o lúdico é a melhor forma para fazer isso. “Pessoas com T21 são indivíduos que aprendem muito olhando e imitando, então torna o brincar algo essencial, algo que vai construir desde a parte de autonomia até da vivência que essa criança tem com o universo, com o outro e com o objeto”, explica a fisioterapeuta da CEPEC -SP (Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo) , Dra. Roberta Mustacchi.
Logo, investir nas atividades psicomotoras é essencial para trabalhar as habilidades dos pequenos com T21. Outra boa pedida é investir nas brincadeiras que estimulem os sentidos sensoriais das crianças. “Essas brincadeiras devem mexer com os sentidos sensoriais. Eles podem aprender brincando com objetos de texturas diferentes, temperaturas diferentes e até cheiros diferentes podem ser usados. Imitar, o faz de conta também são importantes para a formação da plasticidade neural e até mesmo para a inteligência emocional da criança”, lembra a fisioterapeuta.
Em cada fase da infância será preciso desenvolver uma habilidade, portanto, as brincadeiras irão mudando ao longo do tempo, estimulando cada vez mais os pequenos. O que também quer dizer mais diversão e autonomia!
FISIOTERAPIA E A ‘FASE DE OURO’
O bebê com T21 nasce mais “molinho” isso se deve a hipotonia muscular e a frouxidão dos ligamentos (juntas flexíveis) – são características da síndrome. Por terem os músculos menos tensionados e articulações mais frouxas, serão bebês com uma postura mais relaxada. Para desenvolver estes músculos e articulações, é recomendado fisioterapia desde os primeiros dias de vida.
“A partir do momento que a criança recebe o aval médico, o que quer dizer que a saúde básica dela está ok, ela inicia a fisioterapia. Isso pode acontecer por volta dos 18, 20 dias de nascido e vai durar até os três, quatro anos que é quando ela recebe alta da fisioterapia. São os mil dias, ou como eu chamo “a fase de ouro”. É o momento de maior plasticidade neurológica, então ela precisa do estímulo para um desenvolvimento precoce”, conta Roberta. Mas, caso haja algum impedimento e o pequeno não seja liberado pelo médico logo no início, sempre é possível recuperar o tempo perdido.
A fisioterapia também usa de atividades lúdicas para trabalhar o desenvolvimento das crianças com T21. Estes exercícios estimulam, principalmente, os movimentos psicomotores e sensoriais dos pequenos, além de tornarem as sessões de fisioterapia mais divertidas e exercitar a criatividade. Tudo vai depender da fase que a criança está e o que ela precisa aprender naquele momento da fisioterapia.
ESPORTES PARA CRIANÇAS COM T21
Assim que o pequeno desenvolve o máximo de sua habilidade neuropsicomotora grossa – o ponto de marcação costuma ser o pular com um pé só – ele recebe alta das sessões diárias de fisioterapia. Na nova etapa, é recomendada a prática de algum esporte coletivo. Na atividade física é trabalhado o fortalecimento muscular, a socialização, o condicionamento cardiorrespiratório, e também a prevenção a obesidade e osteoporose.
O esporte é mais uma oportunidade para a criança se autoconhecer, explorar suas habilidades e conhecimentos e ainda, encontrar aquilo que realmente gosta de fazer. Muitas práticas podem ser trabalhadas com auxílio do lúdico e se tornarem momentos de verdadeira diversão e lazer para o pequeno. Independente do esporte escolhido pelo pequeno é importante que tenha o acompanhamento de instrutores e que o médico libere a prática da atividade física.
Sobre qual esporte escolher ou qual exercício físico pode ser melhor para a criança, Roberta orienta que do ponto de vista técnico, a natação é a atividade mais completa, mas, se o pequeno não se identifica com a atividade ou não se adapta, é melhor tentar outra modalidade. “Eu falo que se a criança for liberada pela avaliação médica, ela pode escolher o que quiser. Claro que, em seu devido tempo e com acompanhamento adequado. É importante deixar a criança escolher, ela tem que gostar, não pode ser algo forçado. Também pode acontecer de a criança querer trocar a atividade no meio do trajeto, e isso não é um problema. É essencial deixá-la experimentar outros caminhos, ela vai acabar encontrando aquele esporte com o qual se identifica mais”, explica.
A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA
Desde as primeiras sessões de fisioterapia até as práticas de esportes coletivos ou durante as atividades recreativas realizadas em casa é fundamental a participação da família em todo o processo. Com os pais por perto, as crianças com T21 se sentem mais motivadas a realizar os exercícios propostos e os adultos ainda têm a oportunidade de acompanhar cada fase do desenvolvimento, o que possibilita um maior entendimento das necessidades do pequeno e uma melhor interação com os profissionais que auxiliam a criança.
Os estímulos devem continuar em casa pela família. Por meio de brincadeiras, atividades e ações que os pequenos irão acabar imitando os adultos. Não só o desenvolvimento motor e cognitivo será trabalhado, mas, os laços familiares acabaram se tornando mais fortes. Esses períodos também podem proporcionar um momento de lazer e diversão que irá gerar impactos positivos na vida das crianças com T21.
BOX KIDS CLUB PARA CRIANÇAS COM T-21
Os conteúdos do BOX KIDS CLUB foram avaliados e aprovados pela equipe do CEPEC-SP como uma excelente ferramenta de suporte para o desenvolvimento cognitivo, sensorial e motor para crianças com T-21. A revista CRI@TIVIDADE, que acompanha cada caixa apresentando o tema do mês, mostra o passo a passo dos projetos de forma simples e visual, o que torna um elemento valioso na interpretação do que a criança poderá criar.
O BOX KIDS CLUB busca trazer diversas temas e atividades que despertam a curiosidade criativa das crianças, para que tenham vontade de criar e explorar diversos conteúdos que possam somar ainda mais no aprender, brincando de uma forma mais livre e criativa, junto com os familiares.
Nosso cérebro esquece 80% do que lemos em menos de 24 horas, mas aprende 80% de tudo o que ‘fazemos’. BOX KIDS CLUB estimula a curiosidade das crianças e o prazer de criar e fazer, de dizer ‘FUI EU QUE FIZ!’.
LEIA TAMBÉM
Giovanna Bicalho
Jornalista para Box Kids Club e apaixonada por literatura clássica.
Giovanna Bicalho
Jornalista para Box Kids Club e apaixonada por literatura clássica.
Compartilhe:
RECEBA CONTEÚDOS EXCLUSIVOS
Siga-nos: